SE DEUS QUISER...
Muitas vezes demoramos para aprender que não temos
o controle sobre as coisas, que somos tão pequenos e frágeis. Em vários locais
as Escrituras Sagradas falam de nossa fragilidade, falibilidade e transitoriedade.
Quando falo sobre isso sempre costumo dizer que não temos a agenda de nossas
vidas. Podemos e devemos fazer planos, mas, não temos a certeza de que irão se
concretizar. Tenho aprendido isso a duras penas. Isso ficou muito claro para
mim no ano de 2014. Neste ano, passei por duas experiências que me ensinaram
muito neste sentido. A primeira experiência foi em junho, quando me dirigia com
amigos de ministério para nosso tão sonhado e esperado Retiro Pastoral, que ocorria
somente uma vez por ano. A espera e a ansiedade por esse tempo de descanso,
comunhão e enlevo espiritual era aguardado com muita expectativa por todos. No
meio da viagem para o local do Retiro, passei mal com a intensificação de dores
abdominais que tinham iniciado bem cedo. Procurei um Hospital na cidade de
Currais Novos/RN, atendido e medicado na emergência pela equipe médica de
plantão, fui aconselhado a retornar urgente para Natal/RN, pois estava com
sérios sintomas de uma apendicite. Assim procedi. No dia seguinte, estava no
bloco cirúrgico para operar aquele apêndice. Adeus Retiro Pastoral. Expectativas
e projeto frustrados. Se não bastasse para aquele ano, em outubro, estava em
Águas de Lindóia/SP, participando de um Congresso de Missões, quando fui
surpreendido por uma catapora. Tínhamos feito planos de passar uns dias visitando
amigos em Campinas/SP, e retornar dias depois, pois iríamos participar do
Retiro de Casais da igreja que pastoreio, evento que ocorria apenas uma vez por
ano, e, que, naquela ocasião, depois de várias tentativas, seria em nossa
cidade de origem, João Pessoa/PB. Esses planos não ocorreram devido a terrível
catapora que tive, sendo obrigado a ficar por longo onze dias na casa de um
casal amigo em Campinas. Foi frustrante ver os dias passando e começar a
perceber que o Retiro de Casais chegaria e não iríamos participar como tínhamos
planejado por tanto tempo. Lembro-me que numa das terríveis manhãs que tive na
casa daquele abençoado casal, sozinho no quarto, chorava e orava, quando
perguntei a Deus: Por que tudo isso? Ouvi uma voz suave dizer ao meu ouvido:
aprenda mais uma vez que quando fizer os seus planos e projetos diga “se Deus
quiser”. A voz foi muito audível e inconfundível. Não sei você, mas já tive
algumas boas experiências de ouvir claramente a voz de Deus. De certo modo,
aquela voz trouxe alento e serenidade ao meu coração, embora sofresse muito os
efeitos daquela complicada doença. Agora, no final do ano que terminou há
pouquíssimos dias, mais uma vez passamos por outra experiência neste sentido. Planejamos
e sonhamos passar a entrada do novo ano com nossos parentes em João Pessoa/PB,
e passarmos alguns dias com nossos familiares, principalmente visitando nossos
pais que já são anciãos. Planos e projetos frustrados. Na véspera da viagem,
nossa filha mais velha testou positivo para o Covid-19, e, como tivemos contato
com ela, tivemos que adiar a viagem. Pois é, mais uma vez tive a plena
compreensão que não temos o controle de nossas agendas. Tiago nos ensina acerca
disso em sua Carta, exatamente na seguinte passagem: 4.13-15. “Vocês não sabem o
que acontecerá amanhã...deveriam dizer: ‘Se Deus quiser, não só viveremos, como
também faremos isto ou aquilo’” (NAA), diz ele. Que neste novo ano, continuemos
fazendo planos e projetos, mas, acima de tudo, colocando-os e submetendo-os ao
Deus Eterno e Poderoso, e, orando em todo tempo, sempre dizendo: “Se o Senhor
quiser...”. Que nossas vidas em sua totalidade estejam totalmente dependentes
de Deus! A Ele, honra e glória!