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sábado, 19 de novembro de 2011

XII Aniversário da Nazasul (Igreja do Nazareno - Zona Sul)

EDITORIAL PARA O 12 º ANIVERSÁRIO DA NAZASUL

O que motiva a implantação de uma igreja local? O que leva homens e mulheres a plantarem uma nova comunidade cristã?

Entendemos que as motivações podem ser as mais diversas. Contudo, por volta de 1998, um grupo de homens e mulheres da Igreja do Nazareno de Lagoa Nova, liderados pelos pastores Fernando e Everaldo, sonharam e planejaram plantar uma nova igreja do nazareno no bairro de Nova Parnamirim. Sonharam e partiram para a prática; não ficaram apenas no sonho.

A motivação era ver o Reino de Deus sendo expandido. Ver uma comunidade que viesse a fazer diferença na sociedade. Uma comunidade que pudesse ser um lugar seguro para as pessoas e famílias que estavam se mudando para este bairro que começava a crescer.

Em 1999, um ano após sua plantação a Igreja do Nazareno – Zona Sul era organizada. Logo se seguiu um crescimento dinâmico e considerável. No início de 2002, a igreja já contava com cerca de 120 membros, ocasião em que houve uma mudança ministerial, assumindo a liderança da Igreja o Pastor Alcimar Santos, pois o Pastor Fernando transferiu-se para a cidade de Fortaleza, convidado para plantar um novo trabalho (nesta ocasião, Pastor Everaldo já estava trabalhando em outra igreja local).

A Nazasul continuava a crescer. Suas celebrações sempre estavam repletas. A presença do Senhor sempre pairava sobre os adoradores. O louvor era contagiante. A comunhão era intensa. A comunidade era atraída pelo carisma da igreja e pelo poder de Deus. Muitas eram as conversões e reconciliações. Muita gente crente, de mudança para este bairro, também se filiava a jovem igreja. O crescimento era algo esplendoroso. Em 2002 a igreja ganhou cerca de 90 novos membros, praticamente dobrando a membresia! Era a atuação do Espírito Santo de Deus!

Por volta de 2004 o lugar de reunião começou a ficar pequeno. As pessoas se apinhavam para participar das celebrações dominicais. Muita gente voltava para casa ou ia para outra igreja porque não conseguia cultuar na Nazasul por falta de espaço. Aquele era um bom problema.

Mas, era preciso fazer algo urgente para continuar crescendo. Assim, a jovem igreja, envolveu-se numa campanha histórica para a aquisição e colocação de uma Capela. A campanha foi intitulada de Capela Nazasul. E, com a graça de Deus e o envolvimento em massa da Igreja, em outubro de 2005, inaugurávamos a Capela com uma Campanha do Irmão Maior, onde 14 pessoas entregaram a vida a Jesus!

Com a ajuda de Deus a Nazasul continuava a crescer, mesmo diante dos desafios que se apresentam a todas as igrejas que estão envolvidas na linha de frente da seara do Senhor. Foram muitas as programações e atividades que marcaram e que continuam a marcar a vida da Nazasul. Podemos enumerar algumas: Campanha do Irmão de 2003 – como esquecer aquele abençoado culto com a presença de quase 600 pessoas, onde 32 pessoas entregaram suas vidas a Jesus (esta é uma Campanha que continua a se repetir anos após ano em nossa Igreja); Grande Celebrai em julho de 2003; os abençoados Retiros de Casais que este ano chegou a sua 10ª edição; o Projeto social “Faça Uma Criança Feliz” também em sua 10º edição; Os Encontros de Mulheres; os acampamentos espirituais por ocasião do Carnaval; tantas programações abençoadas!

Não podemos esquecer também da ação de Deus em nossas Celebrações! Sim, não foram poucas vezes ao longo destes anos que sentimos o derramar sobrenatural da graça de Deus sobre nossas vidas. Pessoas salvas, vidas libertas, gente curada no corpo e na alma, famílias inteiras restauradas, casamentos renovados, tanta coisa tremenda aconteceu em nosso meio. Nosso sonho era que a Nazasul fosse um oásis para o sedento e desgarrado, e não temos dúvidas que ela foi (e ainda é) isto na vida de muita gente. Lembramo-nos também de nossos cultos de oração às quintas-feiras – um poderoso tempo de refrigério e descanso na presença do Senhor. Queremos louvar a Deus pelos grupos que se alternam orando por esta igreja: o MEO – Mulheres em oração, o Culto Matutino, o Grupo de Oração Shekinnah e agora recentemente a Galera do Núcleo da JNI – uma igreja que ora é uma igreja abençoada!

A Igreja do Nazareno – Zona Sul tem muitos desafios pela frente. Ela não pode parar, estagnar; precisa continuar crescendo. Não apenas numericamente, mas, ela deve lutar para ser uma igreja relevante na comunidade onde esta inserida. Ela deve continuar focando suas atividades na restauração de vidas e famílias, pregando paz e esperança para este mundo corrompido pelo pecado, anunciando a poderosa e linda doutrina de santidade a qual está ligada bíblica e historicamente; mas, não deve esquecer-se de atingir o homem integralmente, sendo uma proclamadora da equidade e justiça social.

São grandes os desafios, mas sabemos que Deus está no controle de todas as coisas. Jesus é o Senhor da Igreja; a Igreja pertence a Jesus, Ele a comprou com o Seu precioso sangue! Que a Nazasul continue buscando a cada dia agradar ao Seu Senhor, a andar em santidade, a pregar as boas-novas do Evangelho, a proclamar que Deus deseja que seus filhos sejam santos. Que a Nazasul continue olhando para os menos favorecidos, para os discriminados, para os carentes, para os excluídos, que ela seja uma voz de denúncia profética nesta cidade, marcando a sua geração.

Somos profundamente gratos a Deus por todos estes anos. Foram anos de lutas, provações, dificuldades, mas, também, de vitórias, de alegrias, restauração e renovação. Podemos dizer como o salmista: “Grandes coisas fez o Senhor por nós, por isso estamos alegres”, ou como o profeta: “Ebenézer, ate aqui nos ajudou o Senhor”. Aleluia! Glórias a Deus! E que venham mais anos! O Senhor estará conosco!

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A Igreja Evangélica e a Corrupção

A Igreja Evangélica e a Corrupção

Não tenho escrito nas últimas semanas, embora deseje ardentemente. O corre-corre dos muitos afazeres ministeriais tem me impedido disto. Mas, o desejo pulsa no coração; ou seria nos dedos?

Bom, resolvi escrever algumas linhas sobre algo que tem incomodado meu coração nestes últimos meses – a corrupção brasileira. No último feriado, aconteceram manifestações em várias cidades brasileiras contra esta praga que se espalha por todos os lugares e contamina a tantos. As manifestações ainda são tímidas e opacas, reunindo pouca gente. Mas, pelo menos, em parte, a população brasileira começa a demonstrar que está cansando deste câncer terrível que se infiltra sorrateiramente em todas as instituições.

Se o silencio ainda toma conta da maioria da população brasileira, a igreja evangélica segue os passos da maioria da sociedade, ou seja, cala. Não vejo manifestações por parte dos evangélicos, não vejo pregações denunciando este mal, não vejo marchas, não vejo atos, etc. Interessante, a igreja evangélica consegue juntar milhares de pessoas nas Marchas para Jesus (sinceramente, não sei se Jesus precisa de marchas, e não vejo muito sentido e objetivo neste evento) em muitas cidades, mas, não se mobiliza para lutar e denunciar os terríveis males que assolam nossa querida Nação. Na verdade, a igreja evangélica tem se mostrado omissa.

A edição da Revista Veja nº 2240 (deixe-me logo dizer que não sou muito chegado a esta revista semanal; achou-a muito partidária, mas, ela tem sido uma ferramenta de denúncias dos desmandos da política brasileira) trouxe como reportagem de capa o tema da corrupção no Brasil, denunciando que R$ 85 bilhões foram surrupiados pelos corruptos brasileiros no último ano. Com esta grana, entre outras coisas, seria possível: erradicar a miséria no Brasil, construir 1,5 milhão de casas, construir 36.000 km de rodovias e custear 34 milhões de diárias de UTI nos melhores hospitais. Pois, é, enquanto estes ratos pilham nossos recursos (sim, nossos recursos), a saúde nesta Nação é um verdadeiro caos, a educação continua capengando e apesar de todos os programais sociais do Governo, a miséria ainda reina nas cidades e no campo.

A minha pergunta é: isto não traz indignação a comunidade evangélica brasileira? Parece-me que não. A mim me parece que a igreja evangélica brasileira tem outras prioridades, ou melhor, está muito preocupada com outras coisas. Ela está preocupada com grandes eventos, com grandes construções, em arrecadar muitos fundos para patrocinar o crescimento dos ministérios que competem entre si, em promover cruzeiros gospels, viagens à terra santa, em fazer a igreja crescer numericamente, etc. Com algumas poucas exceções, a maioria da igreja evangélica brasileira não tem se envolvido em questões de cunho político e social, ou pelo menos, não tem usado a sua voz como instrumento profético de denúncia. É importante lembrar nesta hora as palavras do sábio: “onde não há profecia, povo se corrompe” (Provérbios 29.18, edição Almeida Revisada). É óbvio que toda a corrupção não é culpa do silêncio da Igreja evangélica; mas, temos que concordar que, no geral e neste sentido, ela não tem cumprido seu papel a contento.

Creio que é interessante meditarmos nas palavras do profeta Miquéias: “Ouvi, peço-vos, ó chefes de Jacó, e vós, príncipes da casa de Israel; não é a vós que pertence saber o juízo? A vós que odiais o bem, e amais o mal, que arrancais a pele de cima deles, e a carne de cima dos seus ossos. E que comeis a carne do meu povo, e lhes arrancais a pele, e lhe esmiuçais os ossos, e os repartis como para a panela e como carne dentro do caldeirão (cap. 3.1-3, Edição Almeida Corrigida). Esta é uma poderosa denúncia de um profeta a nação de Israel no 8º século A.C. contra a injustiça social e a corrupção. Estas coisas são pecados, e Deus as abomina.

Está mais do que na hora da igreja evangélica brasileira rever a sua agenda, revisar as suas prioridades e motivações, voltar-se para aquilo que Deus está voltado, importar-se com aquilo que importa a Deus. Hoje, pela graça de Deus, a igreja evangélica é um grupo relevante neste país, com um número considerável de integrantes. Ela não pode se eximir deste problema, não pode se excluir deste debate. Precisa urgentemente romper seu silêncio, sair desta apatia e letargia e aliar-se às inúmeras instituições que sonham e lutam por um país mais ético e sério. Já passou da hora de darmos um basta nesta situação vergonhosa.