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terça-feira, 26 de abril de 2011

Perdi um grande Amigo...

Neste último domingo (24/04), perdi um grande amigo. A dor é muito grande, pois verdadeiros amigos é algo cada vez mais raro nestes dias. Ainda não acreditamos que nosso amado “Carlinhos” partiu para o Senhor. O tempo haverá de nos fazer acostumar com esta idéia dolorosa.

Haverá de se passar muito tempo para esquecermos aquelas frases simplistas e engraçadas que eram a sua cara: “tem condição não!”, “Caso sério!”, “eu sou selva!”. Suas frases, marcas registradas de sua pessoa, ficarão para sempre conosco.

Na madrugada da segunda-feira (25/04), ao receber a notícia de sua partida, minha alma decaiu por completo. Custava acreditar que tinha perdido de modo tão súbito e precoce um grande e fiel amigo. Como disse: amigos são cada vez mais raros; e este era um grande amigo.

Na cerimônia fúnebre, mesmo profundamente abalado, tentei falar com a alma e o coração. Fiz saber que os homens morrem, suas almas partem para eternidade, mas, seus legados e sonhos permanecem. Carlinhos nos deixou um grande legado. Deixou-nos um grande exemplo de paixão pelas vidas. Este era um homem que amava os perdidos; queria vê-los salvos, redimidos e restaurados, como ele tinha sido pela imensa Graça de Deus. Sonhávamos e planejávamos estratégias evangelísticas juntos. “Reverendo, vamos comprar uma caixinha de som, vamos pegar um púlpito, o senhor pega o violão, e vamos aos sítios, aos lugarejos, pregar e louvar a Deus!”, dizia ele entusiasmado. Investiu parte de sua vida em passar o filme Jesus em vários lugares, plantar novas igrejas, pregar e testemunhar acerca da salvação em Cristo Jesus.

Deixou-nos também o exemplo de pastoreio. Teve pouco tempo para exercer a atividade pastoral; mas, exerceu com esmero, dedicação e paixão. Um exemplo para nossa geração pastoral que a cada dia se afasta mais e mais do rebanho. O Pastor Carlinhos era um pastor do povo, do rebanho, das ovelhas. Creio que a passagem que mais se aplica ao Pastor Carlinhos é a de II Coríntios 12.15: “Eu de muito boa vontade gastarei, e me deixarei gastar pelas vossas almas, ainda que, amando-vos cada vez mais, seja menos amado”. Este Pastor querido se deixou gastar pela igreja do Senhor. Exemplo de um Pastor que se doou, que sofria e servia seu povo, que chorava com seu rebanho, que encarnava as dores das ovelhas. Esse Pastor amado cheirava a ovelha, porque sempre estava no meio delas.

Finalmente, Carlinhos nos deixou um grande exemplo de amizade. Carlinhos era um verdadeiro amigo. E que amigo! Sempre atento para ouvir, sempre pronto para servir, com um coração sempre disponível para ajudar. Não importava a hora, as circunstâncias ou dificuldades; ali estava ele, sempre pronto para estender a mão. Ajudava a todos sem nunca requerer nada em troca. Que grande exemplo de cristianismo!

Em minha fala, na cerimônia fúnebre, citei o salmo 116:15: “Preciosa é aos olhos do Senhor a morte dos seus santos”. Tenho uma teoria; ninguém é obrigada a concordar com ela. Creio que alguns indivíduos são tão preciosos, e que vivem uma espiritualidade tão singela, simples e linda, uma realidade de vida tão além deste círculo que vivemos, que Deus resolve tomar para Si (lembram de Enoque?). É óbvio que Ele não toma a todos; alguns preciosos Ele deixa por aqui para gerar outros preciosos; mas, outros, Ele resolve levar. Ele é Deus! Ele dá e toma!

Em nossas conversas, Carlinhos sempre dizia: “Reverendo, nós vamos ficar bem velhinhos pregando a Palavra de Deus, de bengala e bíblia na mão”. Não foi assim que aconteceu; ele se foi e eu fiquei. Não sei quando irei. Sei que um dia irei; cruzarei a fronteira para o outro lado. Não sei ao certo como é o céu (embora a Bíblia nos dê algumas pistas). Mas, desejo ardentemente reencontrá-lo; darmos boas risadas e conversarmos muito, mas muito mesmo; uma conversa pra toda eternidade.

Saudades, amigo...