Filhos: eles vêm, eles se vão...
O sábio Salomão no
salmo 127 diz que filhos são herança do Senhor. Que coisa maravilhosa! Mas, ele
vai mais além e diz que eles (os filhos) são como flechas nas mãos de um
guerreiro. Por isso eram felizes os homens que enchiam deles (filhos) as suas
aljavas.
Flechas são
artefatos de combate que entesadas nos arcos são lançadas a grande distância
pelo arqueiro. Pois, bem, geramos nossos filhos, criamos e educamos nossos
filhos, mas, depois, entesamos nosso arco e os lançamos para a aventura da
vida.
Deus, no seu
infinito amor e graça nos concedeu (a mim e a Denise) duas filhas, que chamo de
pérolas – Bianka e Lilian. É assim que as vejo: duas pérolas (pois é, antes de
flechas, elas são pérolas). Duas bênçãos de Deus que vieram tornar o jardim do
nosso lar mais florido e perfumado.
Minha relação com Bibi
e Lilinha (assim nós as chamamos carinhosamente desde pequenas) na infância,
infelizmente, foi um pouco distante. Reconheço que fui um pai distante. Não digo
ausente, mas distante. Os meus muitos afazeres profissionais e pastorais me
distanciaram de minhas pérolas. Isto é algo que não perdôo. Gostaria de voltar
no tempo e de aproveitar todos os momentos com minhas filhas com muita
intensidade.
Quando elas estavam
entrando na puberdade consegui me aproximar delas, pois neste tempo estava
somente com o ministério pastoral (tinha deixado a carreira profissional). E,
graças a Deus, creio que deu para recuperar um pouco do tempo perdido da
infância. Conseguimos desenvolver uma relação de amizade transparente e
sincera. Nossa relação sempre foi recheada de brincadeiras, conversas e amor
sincero. E, deste modo, vi-as crescer, enfrentar suas dúvidas, lutas,
angústias, e outros dramas, coisas inerentes àqueles que chegam à adolescência
e à maturidade.
Denise, sempre foi
uma supermãe. E, mesmo as meninas tendo atingido a maturidade, muitas e muitas
vezes as tratavam como se fossem aquelas duas menininhas que carregávamos no colo.
Contudo, sempre dizia a Denise: nossa função como pais é levá-las à maturidade,
lhes repassando os valores indispensáveis para isto. E, creio que com todas
nossas falhas, conseguimos fazer isto.
Bianka, como Denise
diz, sempre foi meio “cigana”, “bandoleira”. Pelos dezessete/dezoito anos deu
seu primeiro vôo solo quando foi estudar na JOCUM em Recife, onde permaneceu
depois como missionária. Nosso “ninho” ficou meio vazio. Já foi uma grande
luta, mas, ficou nosso passarozinho menor (em todos os sentidos, inclusive
literalmente). Bibi voltou um tempo depois, ficou mais um tempo no ninho (creio
que para se aquecer um pouco) e cerca de dois anos atrás, voou de novo, desta
feita para Campinas, onde estuda e trabalha. Foi outra luta, pois apesar da experiência
anterior, estávamos nos acostumando com ela no “ninho”. Mas, ainda estávamos com
nosso passarozinho no ninho.
Mas, nosso
passarozinho (pérola, flecha) se formou, e, Deus lhe abriu uma porta abençoada
em nosso estado natal – Paraíba, precisamente na cidade de Bayeux (grande João
Pessoa) para trabalhar na área de sua formação (serviço social) e para lá ela
voou no último domingo, desta feita deixando nosso “ninho” totalmente vazio.
Esta tem sido uma
experiência nova para mim e Denise – o ninho vazio. Nossos corações se enchem
num misto de tristeza e alegria. Tristeza por não tê-las mais perto de nós
(pelo menos fisicamente), mas, alegres por saber que elas estão seguindo o
curso de suas vidas, voando com o legado que lhes passamos, quando eram
pássaros indefesos.
Esta é a vida: filhos
vêm e se vão. São presentes de Deus. São heranças do Senhor. Contudo, eles nos
são dados para que lhes repassemos os valores necessários para suas caminhadas.
Mas, eles são de Deus. São como flechas, atirados no mundo para frutificarem
para a glória do Pai Eterno.
É isso mesmo cunhado... Tudo verdade.
ResponderExcluirBom reconhecer essa nova etapa da vida sem traumas; tanto para os que ficam como para os que vão. Nossas pequenas estão bem cuidadas pelo Pai Eterno, aquEle que sa deu para vcs cuidarem. Tambem estamos soltando a corda para nosso primogênito sair para estudar em Pelotas, quase 400 Km de distancia nossa. Esperamos em Deus que ele cresça, amadureça e continue a seguir o caminho que lhe ensinamos.... Deus dê a vc e a Deni, ótimas experiencias nessa nova fase do ninho vazio... bjs
Vocês falando isso e eu aqui lendo e relembrando das duas e do Nathan tb que um dia desses eram tão pequenos e indefesos. Acompanhei o crescimento deles e sou testemunha da educação que deram aos filhos na certeza de que Deus é quem dá e quem retira...retira prá que eles sigam suas vidas e saiam pelo mundo afora vivenciando o que vcs ensinaram. Bom saber que Deus cuida dos seus filhinhos.....
ResponderExcluirMuito bom acompanhar seu blog, meu pastor. Senti algo parecido, ainda que inversamente narrado, no meu caso, quando casei. Deus abençoe seu lar, agora nessa nova fase. Graça e Paz! Diego Bruno www.diegobruno.com.br
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